Antracnose: o que é? e como fazer o controle e prevenção 2024

Causada por diversos fungos do gênero Colletotrichum, a antracnose prospera em condições de alta umidade e temperaturas moderadas, tornando-se uma ameaça constante em climas tropicais e subtropicais. O controle dessa doença requer práticas rigorosas de manejo, incluindo a seleção de variedades resistentes, uso de fungicidas apropriados e a implementação de boas práticas de cultivo.

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O que é Antracnose?

A antracnose é uma doença fúngica comum que pode afetar uma ampla variedade de plantas, incluindo árvores frutíferas, plantas ornamentais, hortaliças e gramíneas. Causada por fungos do gênero Colletotrichum, a antracnose se manifesta principalmente em condições de alta umidade e temperaturas moderadas, típicas de climas tropicais e subtropicais. A doença é facilmente reconhecível pela presença de manchas escuras e afundadas nas folhas, caules, flores e frutos das plantas afetadas. Essas manchas podem se expandir e coalescer, levando a necrose dos tecidos vegetais.

As características mais notáveis da antracnose incluem o desenvolvimento de lesões marrons a negras, que muitas vezes têm bordas definidas. Nas folhas, essas manchas podem ser rodeadas por um halo amarelo, e em casos severos, podem causar a queda prematura das folhas. Nos frutos, as manchas podem evoluir para áreas apodrecidas, prejudicando a qualidade e o valor comercial das colheitas. Além disso, os caules e galhos das plantas podem apresentar cancro, o que enfraquece a planta e pode levar à morte de partes significativas da estrutura vegetal.

A disseminação da antracnose ocorre principalmente por meio de esporos fúngicos que são transportados pelo vento, chuva ou através de ferramentas de jardinagem contaminadas. A doença pode sobreviver em restos de plantas infectadas no solo, tornando a rotação de culturas e a limpeza do jardim práticas importantes para o seu controle. Outra característica importante da antracnose é sua capacidade de infectar plantas em diferentes estágios de crescimento, desde plântulas até plantas maduras, o que torna o monitoramento contínuo essencial para a detecção precoce e controle eficaz da doença.

As principais plantas e árvores suscetíveis à antracnose incluem:

Plantas Ornamentais:

Rosas (Rosa spp.): As folhas e os caules podem apresentar manchas escuras e lesões, prejudicando a estética da planta.
Hortênsias (Hydrangea spp.): Frequentemente afetadas, apresentando manchas foliares que podem levar à queda das folhas.
Ácer (Acer spp.): As folhas das árvores de bordo (ácer) podem desenvolver manchas necróticas e rachaduras.

Plantas Alimentícias:

Tomate (Solanum lycopersicum): Pode causar manchas negras nos frutos, folhas e caules, reduzindo a qualidade e o rendimento da colheita.
Feijão (Phaseolus vulgaris): A antracnose afeta vagens, caules e folhas, causando lesões e manchas escuras.
Morango (Fragaria × ananassa): Os frutos podem apresentar manchas escuras e áreas apodrecidas, comprometendo a produção.

Árvores Frutíferas:

Mangueira (Mangifera indica): A antracnose é uma das principais doenças da mangueira, afetando flores, frutos, folhas e ramos.
Abacateiro (Persea americana): Causa manchas escuras nas folhas e frutos, prejudicando a qualidade e o valor comercial do abacate.
Videira (Vitis vinifera): A doença pode afetar folhas, caules e frutos, causando manchas necróticas e redução na produção.

Árvores de Sombra e Paisagismo:

Plátano (Platanus spp.): A antracnose pode causar a morte dos brotos e folhas jovens, prejudicando o crescimento e a aparência da árvore.
Olmo (Ulmus spp.): A antracnose afeta as folhas, causando manchas escuras e queda prematura.

Árvores Tropicais:

Cajueiro (Anacardium occidentale): Os frutos e folhas são suscetíveis à antracnose, resultando em manchas escuras e necroses.
Mamoeiro (Carica papaya): Pode causar manchas necróticas em frutos, folhas e caules, afetando a produção.

Método de controle e prevenção

O controle e a prevenção da antracnose exigem uma abordagem integrada, combinando práticas culturais, químicas e biológicas para minimizar os danos e impedir a disseminação da doença. Primeiramente, é fundamental adotar boas práticas de higiene no jardim ou na lavoura, como a remoção e destruição de restos de plantas infectadas, que podem servir de fonte de inóculo para novas infecções. Além disso, a rotação de culturas é uma técnica eficaz para interromper o ciclo de vida do fungo, especialmente em hortas e campos agrícolas.

O manejo adequado da irrigação também é crucial. Evitar a irrigação por aspersão que molha as folhas e os frutos, optando por sistemas de irrigação por gotejamento, pode reduzir significativamente a umidade na superfície das plantas, o que é desfavorável ao desenvolvimento do fungo. Manter um espaçamento adequado entre as plantas e realizar podas regulares para melhorar a circulação de ar dentro do dossel das plantas também ajudam a manter as folhas secas e reduzem a incidência da doença.

Já o controle químico, a aplicação de fungicidas pode ser necessária, especialmente em casos de infecções severas. Fungicidas à base de cobre, clorotalonil e mancozebe são comumente utilizados para o controle da antracnose. É importante seguir as recomendações de aplicação e intervalos de segurança indicados pelo fabricante para evitar a resistência do fungo aos produtos químicos e garantir a segurança dos consumidores.

O controle biológico é outra abordagem promissora, utilizando agentes de biocontrole como fungos e bactérias antagonistas para suprimir o patógeno da antracnose. Produtos biológicos contendo Trichoderma spp. e Bacillus spp. têm mostrado eficácia no controle da antracnose, promovendo um ambiente microbiológico desfavorável ao patógeno.

A seleção de variedades de plantas resistentes à antracnose é uma estratégia preventiva de longo prazo. Muitas culturas possuem variedades desenvolvidas especificamente para resistir a doenças fúngicas, incluindo a antracnose. Optar por essas variedades pode reduzir significativamente a necessidade de intervenções químicas e facilitar o manejo da doença.